quinta-feira, 6 de maio de 2010


MÃE
No botão de rosa da boa judia
- deleite de filhos, amantes, perversos -
branca substância que molda e que cria,
estranho segredo de escrever versos.

No coração terno da virgem Maria
sangue que alimenta sexo e sacrifício
- Força que ensina a fazer poesia;
Mãe de amor e ódio, de doença e vício.

O leite emotivo desse botão róseo
se derrama em camas e horas incertas
- abraço que suga de pernas abertas -

embora o bom senso sugira que dose-o.
- O leitmotiv, razão do que sou,
talvez seja mesmo esse velho amor.
                  Antônio Adriano de Medeiros