terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Dileto Diletante
DILETO DILETANTE
Existe um soneto em algum canto.
Há algum canto oculto em um soneto
e a nós nos cabe quebrar-lhe o encanto
e ouvir nas palavras o solfejo?
Que os versos não sejam versus música,
mas que ritmo e métrica melodiem.
Imprimir nas palavras uma acústica
que os olhos decifrem, se o puderem.
Nem pé-quebrado ou rima rica: uma carícia
que atenue do verso a ponta íngreme
pra não ferir ninguém; só com a malícia
que a mão de um poeta ao verso imprime.
E pouco importa que julgue a vil turba
que um soneto às vezes se masturba.
Antônio Adriano de Medeiros
dez - 2010
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