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QUASE PSICOGRAFADO
Um anjo aqui passou dos parecidos
com o grande arquiteto do universo:
deixou diversos templos construídos
na preciosa pedra do seu verso.
Artífices maiores da poesia
ergueram-se à passagem do tal anjo.
Tão satisfeitos eram àquele dia
que mais de um eu vi tocando banjo.
Beberam e fumaram na canoa,
e deu leseira - a coisa era da boa! -
em Pessoa e Drummond, até no Eça.
Não pude disfarçar a emoção
ao ver ali dileta assombração:
a caveira de Augusto ria a Beça.
Querido Adriano:
Movido pelo seu "Quase psicografado", imediatamente compus a resposta, aqui
mesmo no outlook. Doido pra pegar vc. on line.Mas vejo que a pressa foi,
quase, em vão.
Vc. que é pareceiro do Bel, me fez, com sua bruxaria, escrever Baal.
Realmento o Demo está certo: há muitos deuses falsos andando por aí...
Grande abraço
Era um cão muito esquisito
em vez de latir berrava
as pernas como gambitos
não mordia mas soprava.
Era um cão desentranhado
do fundo fogo vulcânico
vinha sempre acompanhado
por um vampiro satânico.
Fugindo da Parahyba
foi em Natal se alojar
fez amizade co'Aniba
àquele do Zé do Angá.
Eram vistos pelas praias
fumando estranho cigarro
diz-que pra afastar arraias
e muriçocos bizarros.
Um dia certos meganhas
atraídos pelo cheiro
pela fumaça castanha
se achegaram bem fronteiros.
Deram co'a cara no chão:
os dois apenas falavam
de um tar Rimbaud temporão
e seus versos declamavam
Anibal Beça.
____________ _________ __
CANNABIS
Para Charles Baudelaire
Não é o perfume de tal flor
que mais aos sentidos inebria:
o seu fumo - confesso - tem mais valor,
e o demorado trago é que nos extasia.
Ébria comunhão de gestos proibidos.
Ritual incendiário de bárbaros pós-modernos.
Incenso que parece tornar corrompidos
espíritos juvenis pelo Senhor de Infernos!
Uma inequívoca verdade cristaliza-se no ar,
óbvia, límpida, fugidia.... logo se desintegrar.
- E depois, e depois, o que nos resta?
O que é legado a quem prova do que não presta?
- O grande Mestre dos falsos paraísos e das flores doentias
já falava da névoa que embaça os nossos tristes dias.
Antônio Adriano de Medeiros
____________ _________ ___
O PROFETA DO CÃO
Anibaal Beça
para Antonio Adriano Medeiros
Aqui na selva as águas reconhecem
Os querubins e arcanos pelo fumo.
Àquele, dá leseira aos que não tecem
Na fina palha do milho o seu rumo.
São anjos de primeira que aparecem
neófitos cavalos sem um prumo.
São às vezes pacientes e repetem
receitas neurológicas pro consumo
passadas por um médico, doutor,
conterrâneo de Augusto, meu poeta,
maldito pelos versos de estupor.
Psiquiatra conhecido como esteta,
no cânhamo se sabe sonhador:
Do Cão endiabrado é seu profeta
****
Um anjo aqui passou dos parecidos
com o grande arquiteto do universo:
deixou diversos templos construídos
na preciosa pedra do seu verso.
Artífices maiores da poesia
ergueram-se à passagem do tal anjo.
Tão satisfeitos eram àquele dia
que mais de um eu vi tocando banjo.
Beberam e fumaram na canoa,
e deu leseira - a coisa era da boa! -
em Pessoa e Drummond, até no Eça.
Não pude disfarçar a emoção
ao ver ali dileta assombração:
a caveira de Augusto ria a Beça.
Querido Adriano:
Movido pelo seu "Quase psicografado", imediatamente compus a resposta, aqui
mesmo no outlook. Doido pra pegar vc. on line.Mas vejo que a pressa foi,
quase, em vão.
Vc. que é pareceiro do Bel, me fez, com sua bruxaria, escrever Baal.
Realmento o Demo está certo: há muitos deuses falsos andando por aí...
Grande abraço
Era um cão muito esquisito
em vez de latir berrava
as pernas como gambitos
não mordia mas soprava.
Era um cão desentranhado
do fundo fogo vulcânico
vinha sempre acompanhado
por um vampiro satânico.
Fugindo da Parahyba
foi em Natal se alojar
fez amizade co'Aniba
àquele do Zé do Angá.
Eram vistos pelas praias
fumando estranho cigarro
diz-que pra afastar arraias
e muriçocos bizarros.
Um dia certos meganhas
atraídos pelo cheiro
pela fumaça castanha
se achegaram bem fronteiros.
Deram co'a cara no chão:
os dois apenas falavam
de um tar Rimbaud temporão
e seus versos declamavam
Anibal Beça.
____________ _________ __
CANNABIS
Para Charles Baudelaire
Não é o perfume de tal flor
que mais aos sentidos inebria:
o seu fumo - confesso - tem mais valor,
e o demorado trago é que nos extasia.
Ébria comunhão de gestos proibidos.
Ritual incendiário de bárbaros pós-modernos.
Incenso que parece tornar corrompidos
espíritos juvenis pelo Senhor de Infernos!
Uma inequívoca verdade cristaliza-se no ar,
óbvia, límpida, fugidia.... logo se desintegrar.
- E depois, e depois, o que nos resta?
O que é legado a quem prova do que não presta?
- O grande Mestre dos falsos paraísos e das flores doentias
já falava da névoa que embaça os nossos tristes dias.
Antônio Adriano de Medeiros
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O PROFETA DO CÃO
Anibaal Beça
para Antonio Adriano Medeiros
Aqui na selva as águas reconhecem
Os querubins e arcanos pelo fumo.
Àquele, dá leseira aos que não tecem
Na fina palha do milho o seu rumo.
São anjos de primeira que aparecem
neófitos cavalos sem um prumo.
São às vezes pacientes e repetem
receitas neurológicas pro consumo
passadas por um médico, doutor,
conterrâneo de Augusto, meu poeta,
maldito pelos versos de estupor.
Psiquiatra conhecido como esteta,
no cânhamo se sabe sonhador:
Do Cão endiabrado é seu profeta
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Testando, pq. Amélia disse não ter conseguido postar comentário. Bjs,nana
ResponderExcluirOra até que enfim que o encontro!
ResponderExcluirAdoro sua poesia,
maria