domingo, 25 de julho de 2010
UM SONETO SIMPLES
Pensei num soneto simples como eu,
um soneto quase nada, até sem rima.
Poema esquecido que ninguém escreveu,
obra inacabada e perdida – obra-prima.
Um soneto até mal educado...
Que nem ligasse muito pro fato de ser soneto.
Velho poema cansado e desesperançado,
sem vida, alma ou cor – em branco e preto.
Que musa mereceria um soneto assim?
Decerto uma musa torta, uma musa louca e morta.
– Musa sublime que do Céu me abre a porta,
todos diriam um meio-soneto desse poema chinfrim;
mas tu me sorris graciosa, musa única e derradeira,
musa sublime, minha adorada – singular caveira!
Antônio Adriano de Medeiros.
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