IX
Aprisionados no Tártaro sombrio, gigantescos Titãs
do engenho da Destruição, das forças sombrias que Terra
guarda em seu íntimo. foram libertados quando o porta-raios
precisou pôr um fim ao cruel reinado de seu pai Cronos
- para tal contando com ardis da própria Géia - por serem úteis
aos desígnios do Rei dos deuses quando precisou impor
seu reinado. Tão logo vencido o cruel devorador de filhos
mostraram-se os violentos Titãs perigosos para Zeus
e que o combatiam, precisando ser derrotados para que de novo
e em definitivo ficassem acorrentados no Tártaro escuro e tão frio.
Mas existe outro deus condenado às trevas eternas dos Infernos
de quem Tonho da Santa não gosta e de quem morre de medo
mesmo quando apenas lhe mostro belos poemas
que alguns poucos Lhe dedicaram. Tonho sentiu-se mal no dia
em que lhe perguntei se, também quando se precisou implantar
o Reinado de Jesus, Aquele a Quem Seu Pai Escondeu nas Trevas
não fora novamente chamado a combater a Seu lado,
já que tantos homens foram queimados, degolados, mortos,
empalados - coisas que não parecem muito adequadas
a quem prega o amor e o perdão. Será que aquele estremecimento
mal mascarado de Tonho não escondia a dúvida da contradição,
do paradoxo que reside no fato de um Deus que se diz Único,
Bom, Justo e todo-poderoso, permitir e mesmo aliar-se à existência
logo de Satã, a Sua Mais Completa Negação?
Ou será que a Maldade de Ahriman não seria de todo má?
Antônio Adriano de Medeiros
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