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Há quanto tempo ele repete tal rotina,
espectro a vagar por longos corredores?
Alguém já lamentou a sua triste sina?
Que poeta cantou as suas grandes dores?
Foi criança e sonhou, os anos de estudo...
Na juventude teve uma secreta paixão;
porém não lembra mais tempos de cabeludo,
nem noites de luar ao som de um violão.
O rosto é uma máscara, espelha a apatia.
Se alguém vem lhe falar de arte e poesia,
a boca vai cuspir um comentário irônico.
Sua mente morreu trancada no hospício.
Vontade de viver pra ele é mero vício.
- Retrato, bom leitor, um psiquiatra crônico.
Antônio Adriano de Medeiros
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*A tela que ilustra o poema, é obra de Enio Sergio, ex-interno do Centro Psiquiátrico do Engenho de Dentro,faz parte do acervo do Museu de Imagens do Inconsciente, fundado por Dra. Nise da Silveira .
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