quarta-feira, 11 de julho de 2012

haikais



 O haikai, haiku, ou haicai (ou ainda haico, forma jocosa de se escrever tal nome entre nós) é uma forma poética japonesa que prima pela concisão e objetividade. Em japonês, os três versos, um de cinco sílabas, outro de sete, e mais um de cinco, são escritos em linhas verticais. Em português, em três linhas horizontais. Os haikais não precisam de um título, eles devem falar por si mesmo. Um haico deve, em sua concisão e objetividade, ser capaz de dispensar um título, ele conterá nos três versos a idéia desnvolvida, carregada de beleza e emoção. É muito difícil escrever um haikai verdadeiro, pois. Eu talvez tenha unjs dois, três no máximo.

Vamos "explicar" (hum!) esse primeiro, que considero minha obra-prima haikainiana: A Noite, como o Sol,  vem do Oriente, is to é do leste par ao oeste. Ora, havendo a personificação da Noite, ela seria uma mulher; sendo uma mulher e vindo do Oriete, usaria um chador, aquela vestimenta negra que cobre o corpo feminino; mas este chador negro da mulher Noite teria o brilçho das estrelas, e portanto "motivos de luz". 

O segundo haikai foi uma homenagem que fiz ao falecido poeta amazonense Anibal Beça, uma pessoa muito boa, além de grand epoeta e exímio haikaísta. Sempre que ela chagava nas liustas d epoesia, vindo do rio, que ele morava em Manaus, na casa chovia alegria, pois ele traria seus  raros versos, os peixes dourados.

O terceiro também é um haikai verdadeiro, embora possa parcer ambíguo. Descreve uma cena campestre onde dois veadinhos ainda jovens brincam, felizes. A partir daí, após este, os haikais passam a ser ambivalentes, ora cômicos, ora eróticos, sendo que Poetisa moderna também poderia ser umj haico veradeiro, se não fosse tão impregnado de duplo sentido. Já os hahahaikais galináceos e os equinos  já se sabem cômiocs e eróticos, sem no entanto deixarem de ser, pelo menos formalmente, haikais. Ainda tenho os haikais felinos e as máximas zoológicas em forma de haikais, mas fica pra outro dia. Não vamos cansar os delicados olhos da leitora.

absaam


haico

Vem do Oriente, Noite.
Traz no chador negro
motivos de luz.

           Antônio Adriano de Medeiros


haico a Anibal Beça

Anibal vem do rio.
Na casa chove alegria,
os peixes dourados.

          Antônio Adriano de Medeiros




haico

Brincando á fresca,
alegres e saltitantes,
veadinhos jovens.

   Antônio Adriano de Medeiros



POETISA MODERNA

Poetisa moderna
conhece o canto da rola
e nunca engasga.


Antônio Adriano de Medeiros




haico

Corria que nem louca.
Relinchava no curral
a égua no cio.

          Antônio Adriano de Medeiros




OS HAHAHAIKAIS GALINÁCEOS

1.

Em terra que tem bichos,
se brincar com a galinha
há que pagar mico.

2.

A galinha choca
seus ovos confiante,
longe do falcão.

3.

Levaram mais milho
ao galinheiro próximo,
ou é um sarau?

4.

Se galo beber
galinha abandona pinto
atrás de peru.

5.

Bela franguinha vende
naquela panificadora
as suas coxinhas.

6.

Um frangote rico
bota galinha a perder
em toda vizinhança.

7.

A galinha nova
nunca precisa de cafifa
para se coçar.

8.

Toda enfeitada...
Coitada da galinha:
o galo era frango.

9.

E se a galinha
do vizinho é bem melhor
e quer pôr seus ovos?

10.

São miolos miúdos:
sempre que macaco grita
a galinha concorda.



11.

Que frango mais estranho!
Não quer saber de galinhas:
vive entre os pintos.
 


       Antônio Adriano de Medeiros




HAHAHAIKAIS EQUINOS
1

Pra quê coxas grossas
se a sua inteligência
já mostra ser de égua?

2

Mãe burra brigou:
foi por ciúme ou foi raiva?
- A filha levou pau!

3

Requebram-se éguas:
uma é loura; a outra, morena.
Deve ser o Tchan.

4

Ouvem-se no pátio
relinchos de éguas jovens:
viram um cavalo.

5

Garanhão já velho
amanhece bem satisfeito:
lavara a égua.



Antônio Adriano de Medeiros