segunda-feira, 26 de abril de 2010


DE PROFUNDIS


Quando de novo a velha Terra for

bola de fogo, de gelo ou areia;

quando escarlate for de novo a cor

de nossa esfera, ou outra morta e feia

coloração cobrir o seu cadáver,

louco esqueleto em macabra dança,

nau à deriva, seca, morta, instável

– mero pião nas mãos de Caos Criança –

por muito tempo um silêncio profundo

respeitará a morte deste mundo.

Mas certamente os raios e trovões

despertarão gasosas explosões,

como a lembrar que n’algum canto existe

muita saudade em um poema triste.



Antônio Adriano de Medeiros

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