bola de fogo, de gelo ou areia;
quando escarlate for de novo a cor
de nossa esfera, ou outra morta e feia
coloração cobrir o seu cadáver,
louco esqueleto em macabra dança,
nau à deriva, seca, morta, instável
– mero pião nas mãos de Caos Criança –
por muito tempo um silêncio profundo
respeitará a morte deste mundo.
Mas certamente os raios e trovões
despertarão gasosas explosões,
como a lembrar que n’algum canto existe
muita saudade em um poema triste.
Antônio Adriano de Medeiros
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