quinta-feira, 17 de novembro de 2011

à boca da noite





Meu modesto e despretensioso blog de poesia depois volta com as coisa manicomiais, como combinado.





VERSOS À BOCA DA NOITE


Sempre há versos à boca da noite.

Alguns ela os come, e esses não
verão a luz do sol,
nem tampouco serão vistos doravante:
foram tragados pelo grande buraco negro
que há em toda noite.

Outros ela simplesmente os cospe;
esses podem até ir parar
na boca de outra noite.
Tais versos andaram espalhando
que as noites costumam se beijar
(os versos nunca esconderam sua queda
pelas coisas do amor. São uns alcoviteiros!)

Uma terça parte dos versos da boca da noite
são os que se tornam poemas.
Por isso que se diz que ao alvorecer
todos os galos são bardos.

Antônio Adriano de Medeiros