quinta-feira, 8 de julho de 2010


O PEIXE E A CRUZ

No traço desfaço o disfarce do oculto,
e na festa se manifesta em verbo ser
o opaco e errante fantasma de um vulto
das trevas e da luz eterna, a se parecer
com um peixe, mas não de aquário:
dos livres do mar. Ou dos livros do mal
Imagem de Cristo esquecida num relicário
entre teias de aranha e traças, mortal.
Pois o peixe que vinha antes da cruz
era o verdadeiro signo do homem Jesus
e dos apóstolos com Ele reunidos.
Depois das chicotadas e dos mal-entendidos
que por crucificá-Lo acabaram,
a cruz santifica até mesmo os que o mataram.

Antônio Adriano de Medeiros

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