quarta-feira, 9 de março de 2011

na quarta-feira, ingrata!



CINZAS COM VENENO

Por não mais suportar ver alegria
recolhi-me ás cinzas de mim mesmo.
Entre as sobras do pó de cada dia
meu esqueleto, esquálido, vaga a esmo.
Vez em quando, qual louco, às vezes cismo
inda haver Esperança ao fim do poço.
Mas... Que nada: tão fundo é o abismo!
A cada dia que passa sou mais osso.
Um antigo Inimigo, um velho Mal
há dez anos levou-me o Carnaval
e me assombra com negras fantasias...
- Ai, que mesmo nas velhas alquimias
em que misturo os raros, bons venenos,
tão fugaz já te vejo, ó doce Vênus!

Antônio Adriano de Medeiros
mar - 2011

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