segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

aula


UMA AULA PARA MIM MESMO

Não sinto no momento dentro em mim
sequer o esboço de um poema torto.
Preciso desaprender a ser assim...
- Decerto que ainda não estarei morto!
Para quem sabe ler é sempre um novo dia
um poema a mais escrito pelo Sol.
Preciso ir procurar a fonte da poesia,
que só aguardar chuva não é de bom escol.
Pra se livrar do ócio, mudo e passivo vício,
há que se persistir no velho exercício.
Cinto muito apertado me lembra castidade:
eu quero uma oração com sexo e qualidade
que possa libertar o homem dessa jaula
e mostrar no aluno um mestre dando aula.

Antônio Adriano de Medeiros